quarta-feira, 14 de julho de 2010

Abrindo a porta. Fazendo a estrada.

Da janela pode-se contemplar a perspectiva;
e, toda a profundidade cabe na moldura bidimensional.
Mas, abrir a porta e seguir a estrada
oferece uma nova dimensão.
Fazer parte do conjunto da perspectiva
proporciona a cada instante do caminho
um novo ponto vista.
Há quem nos veja como ponto de fuga.
Há quem nos veja como objeto do conjunto.
E nós, o que vemos?
Vemos que aquela janela
emoldurando a paisagem,
e onde ficou alguém a nos observar,
nada é mais que um complemento da casa
que agora faz parte de uma distância
que nos conduz ao infinito.
As coisas que ficam se apequenam.
As distâncias que caminhamos
resultam em ilusões constantes.
As montanhas se agigantam
e se tornam pequenas no conjunto.
Somos guerreiros e todo universo é nosso.
Basta apenas caminhar e realizar.
A janela fica para quem quer ser eterno retrato.


J. Marcos Barreiros Alves